507 anos da Reforma Protestante

por Guilherme Barros

Muitos outros vieram antes de Lutero, vários homens foram levantados por Deus e tiveram suas vozes caladas ante aos desmandos da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR). A Igreja chamada antes, para anunciar à toda criatura o Evangelho, que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, passou a desejar o poder para si mesma ansiando tomar o lugar de seu Senhor.

Assim, as vozes que se levantavam, como profetas do Senhor, chamavam a instituição para a disciplina e para o arrependimento. Vozes de homens como Pedro Valdo (1140-1218) na França, Johannes Tauler (1300-1361) na Alemanha, Girolamo Savonarola (1452-1498) na Itália, e os mais expressivos John Wycliffe (c. 1320–1384) na Inglaterra, teólogo e professor da Universidade de Oxford, que questionou a autoridade papal e defendeu a tradução da Bíblia para o vernáculo, tornando as Escrituras acessíveis ao povo inglês, conhecido como “Estrela da d’Alva da Reforma”. E Jan Hus (1369–1415) na Boêmia, atual República Tcheca. Sacerdote e filósofo, que sob a influência de Wycliffe, criticou a corrupção da Igreja Católica e pregou em sua língua nativa, o tcheco, e foi por isso condenado a ser morto na fogueira sendo executado como herege.

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Os esforços e a morte de muitos na direção de purificar a Igreja não foram em vão. A semente estava germinando, e pouco mais de cem anos, após a morte do “ganso” Jon Hus, bateu as asas Martinho Lutero, o “cisne”, o qual o poder da igreja Católica não o pôde conter. Em 31 de outubro de 1517, Matinho Lutero bateu o prego na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, ali ele fixou suas famosas 95 Teses chamando a igreja católica, na qual ele mesmo era monge e doutor, para uma reflexão profunda sobre as práticas antibíblicas que a ICAR havia adotado. Nelas, criticava práticas como a venda de indulgências ao que ele via como um afastamento dos ensinamentos bíblicos. Lutero defendeu que a salvação era alcançada somente pela fé em Cristo, e não por meio de obras ou pela intercessão da Igreja. Lutero entendeu que somos justificados somente por meio da fé em Jesus Cristo e afirmava Jesus como o único mediador entre Deus e os homens.

Por causa disso, Lutero foi perseguido, e quando convocado pelo imperador Carlos V para se retratar perante o Papa e as autoridades do Sacro Império Romano-Germânico na Dieta de Worms, em 1521, ele respondeu da seguinte forma:

“A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles frequentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Esta é a minha posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus me ajude. Amém!”.

Essa declaração calorosa expressou a centralidade da Bíblia e da fé pessoal na teologia de Lutero, marcando um momento definitivo na história da Reforma Protestante.

Com Lutero e depois dele, e não somente na Alemanha, mas por toda a Europa e pelo mundo, a Reforma e seus ideais se espalharam. Dentre muitos homens e mulheres importantes, se destacam Frederico, o sábio; Filipe Melâncton, Ulrich Zuínglio, Menno Simons, João Calvino, Guilherme Farel, Teodoro Beza, Martin Bucer, John Knox (fundador da Igreja Presbiteriana), os Huguenotes (frança). Entre as mulheres, além das notáveis esposas dos reformadores como Katharina Von Bora, Idellete D’Bures e Ana Heinhard, se destacam também a Rainha Margarida de Navarra, Reneé de Este (Duquesa de Este na Itália), Charlote D’Bourbon (Princesa de Orange, Holanda), Phillipine De Luns (mártir huguenote). Esses são apenas alguns homens e mulheres entre milhões de milhões em toda a História que foram influenciados pelo Espírito Santo e por sua Palavra que nos convence do pecado, da justiça e do juízo de Deus.

Mais do que o anúncio dos homens, foi o poder do Evangelho que fez a Reforma Protestante ganhar o mundo e alcançar as nações. Como disse Lutero certa vez, “nós não fizemos nada, a Palavra fez tudo”. Assim devemos continuar, pregando o Evangelho e confiando no poder regenerador e transformador da Palavra de Deus. A nós hoje, nos cabe andar como Cristo andou, pregar diligentemente a sua mensagem e confiar que a Palavra fará tudo!

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos. (Salmo 119.105).

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. (Hebreus 4.12)

No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.
E a Palavra se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. (João 1.1,14)

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