Eunuco, o que é?

por Guilherme Barros

Há muitos textos na Bíblia que falam sobre eunucos. Muitos eunucos alcançavam lugares de destaque no serviço às realezas do mundo antigo. No livro de Ester dois dos eunucos do rei Assuero são citados pelo nome, são eles Bigtã e Teres que tramaram matar o rei, mas foram frustrados pela denuncia de Mordecai, tio da Rainha Ester (veja Ester 2.21; 6.2).

Outro grande exemplo de eunucos na Bíblia é o do prefeta Daniel que junto com seus companheiros, também eunucos, Hananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias (Abede-Nego) assistiram os reis da Babilônia, Nabucodonosor e Belsazar (ver. Daniel 1), e pelo menos Daniel (Beltazar) sabemos ter servido, também ao rei Medo-Persa, Dario.

Em Atos 8, o apóstolo Filipe é instruido por um anjo para ir ao encontro de um eunuco etíope, que era alto oficial da rainha Candace, rainha dos etíopes, este eunuco embora não saibamos seu nome, tinha sob seus cuidados todo o tesouro da rainha. Como sabemos, depois de ser instruido por Filipe sobre o evanvelho de nosso Senhor Jesus, ele foi batizado (ver. Atos 8.26-40).

Mas quem, ou o que são os eunucos?

A palavra eunucos, do grego ευνουχοι , eunouchoi, significa cuidar da cama, ou
 quarto de dormir, (de ευνην εχειν ), sendo este o principal emprego dos eunucos nos países orientais. No entanto, como já vimos, muitos deste homens alcançavam lugar de destaque como guardas, sábios e chefes da tesouraria em grandes reinados e tomavam conta de haréns dos reis.

Em Mateus 19.3-12, Jesus ensina aos seus discípulos sobre o casamento e o divórcio. Jesus explica que o divórcio não é a vontade de Deus para o casamento, e que Moisés permitiu dar carta de divórcio, por causa da dureza do coração do homem, mas que não era assim desde o princípio. Jesus ensina que quem repudia a sua mulher sem que haja o pecado de adultério, e casa-se com outra, comente adultério. Ao que os discipulos retrucam, “Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar” (Mateus 19.10). Jesus, porém lhes diz, “Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita” (Mateus 19,11.12)

Tipos de eunucos

Nosso Senhor ensina, portanto, que há 3 tipos de eunucos, primeiro os de nascença; segundo aqueles que foram feitos eunucos pelos homens, apenas com o propósito de servir aos reis e frequentar os aposentos de rainhas e princesas, e servirem como cantores; e terceiro os que a si mesmo se fizeram eunucos, com o propósito específico do serviço ao Reino do Céus.

  1. Eunucos de nascença: são homens que nascem estéreis e impotentes e que são por isso ináptos para relações sexual e para a procriação, ou seja, para o casamento. Ao contrário, do que alguns em nossos dias querem afirmar, tais homens não são ou possuem tendências homossexuais, pois homossexuais desejam o mesmo sexo que possuem, os eunucos de nascença, no entanto, não possuem desejo sexual algum.
  2. Feitos eunucos pelos homens: são homens que foram mutilados em seus orgãos sexuais. Esse procedimento era feito comumente por reinos, que ao dominar outros povos e fazê-los escravos, separavam alguns dos homens para torná-los eunucos, sendo estes castrados (v. Isaías 39.7). Tais homens eram conduzidos para o serviço próximo ao rei e sua família, muitos eram autorizados a assistir as rainhas e princesas, outros eram conduzidos para dedicação as ciências, ao canto e a arte. No geral, tal atitude tinha dois motivos, garantir que eles não possuiriam mulher alguma da nobreza e gerar dedicação exclisiva deles para o serviço do reino. Já que não necessitariam cuidar de suas esposas e filhos, dedicariam todo tempo ao rei.
  3. Fizeram a si mesmos eunucos: Jesus nos ensina que tal atitude é um dom da graça de Deus. Alguns, sendo homens normais, podem dedicar-se ao reino dos céus de tal forma que recebem o “dom da continência, resistindo firmemente as suas inclinações naturais, para que possam esperar em Deus sem distração e glorificá-lo em uma vida de solteiro, julgando-o um estado mais livre de preocupações mundanas e mais amigável à devoção do que o do casamento” (BENSON). É importante ressaltar que, diferente de como age o catolicismo romano, que exige o celibato dos seus padres, tal estado não é uma exigência feita por Cristo para o serviço ao seu reino, ou ao ministério, mas Cristo nos ensina que quem é apto para admitir tal situação sobre sua vida admita.

Portanto, concluimos que aqueles que não são aptos para admitir tal concição porque não nasceram assim, porque não foram feitos assim pelos homens, ou porque não possuem esse dom de se absterem do relacionamento sexual natural afim de se dedicarem exclusivamente ao reino dos céus, devem fazê-lo com suas esposas e filhos mantendo um casamento saudável e puro como é a vontade de Deus desde o princípio.

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