
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).
Este texto está incluído na segunda parte do Evangelho que trata da Vinda do Reino (3.1-7.29). E nesta seção (5.1-7.29) é o conhecido Sermão do Monte (ou montanha). Os caps. 5 – 7 apresentam mais informações sobre os padrões éticos da soberania do reinado de Deus do que qualquer outra passagem e, portanto, têm sido extremamente valorizados pela igreja.
Atentemos para o que diz o texto: “Vós sois o Sal da terra”. O Senhor está se dirigindo aos seus discípulos (“vós sois”). Em seguida ele diz: “Sal” + “da terra”. Há duas palavras que são importantes aqui: 1) Sal e 2) Terra. Vamos avaliar cada uma. Para quê serve o sal? Para dar sabor. Será que é só isso? Pense bem! Lembre-se que neste mundo antigo ainda não havia geladeira. E como que os alimentos eram conservados? Com o Sal! O sal servia não apenas para dar sabor, mas também servia como conservante. Os depósitos de sal ao longo do mar Morto continha não somente cloreto de sódio mas também vários outros tipos de minerais. Ao longo dos anos, esse sal pode perder o sabor por causa das chuvas, chegando a um ponto em que não serve para nada a não ser para ser usado na construção de estradas.

A ação do verbo “ser” em “Vós sois …” ela é intensiva (Tempo presente). Ela expressa ação contínua. Isso significa que os discípulos de Jesus são chamados para ser este sal da terra. Já vimos que o sal ele era utilizado como conservante dos alimentos. Portanto, somos chamados a impedir ou retardar a corrupção ou a queda do mundo. Nós somos o “sal da terra”. Observe que Jesus especifica em quê lugar devemos impedir ou retardar a corrupção: é na terra, no mundo em que estamos inseridos. Se nós, discípulos de Jesus, não somos este sal da terra, para nada mais servimos senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. A palavra “insípido” é também traduzida por “tolo” (Rm 1.22; 1Co 1.20).
Matthew Henry diz: “Vós sois o sal da terra”. Seria um incentivo para eles, e um sustento durante seus sofrimentos, o fato de que, embora fossem tratados com desprezo, ainda assim eles seriam verdadeiramente as bênçãos do mundo, e ainda mais por sofrer dessa maneira. Os profetas, que tinham vindo antes deles, eram o sal da terra de Canaã; mas os apóstolos eram o sal de toda a terra, pois deveriam ir por todo o mundo para pregar o Evangelho. Era desanimador para eles o fato de serem tão poucos e tão fracos. O que eles poderiam fazer em uma província tão grande como toda a terra? Nada, se fossem trabalhar pelo poder das armas e por golpes de espadas. Mas, começando a trabalhar tão silenciosamente como o sal, um punhado deste sal propagaria o seu sabor por todos os lugares; percorreria grandes distâncias, e trabalharia imperceptível e irresistivelmente, como o fermento (cap.13.33). A doutrina do Evangelho é como o sal; ela é viva, eficaz e penetrante (Hb 4.12); ela alcança o coração (At 2.37). Ela purifica, dá sabor e conserva a salvo do apodrecimento. Nós lemos sobre o sabor (ou cheiro) do conhecimento de Cristo (2Co 2.14); qualquer outro conhecimento é insípido sem ele. Um concerto perpétuo é chamado de concerto de sal (Nm 18.19); e o Evangelho é um concerto perpétuo. O sal era exigido em todos os sacrifícios (Lv 2.13), no templo espiritual de Ezequiel (Ez 43.24). Agora, os discípulos de Cristo, tendo eles mesmos aprendido a doutrina do Evangelho, e sendo usados para ensiná-la a outros, eram como o sal. Os cristãos, como ministros especiais, são o sal da terra”.
Este artigo foi publicado originalmente Ler e Observar.

Rev. Willams Guilherme é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, é casado com Laryne Miranda e tem três filhos: Bryan Guilherme, Ana Letícia e Nickolas Guilherme.
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