
Por mais comum que seja, a Bíblia ensina que a preguiça permanece uma desgraça. “O que trabalha com a mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se. O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha” (Pv 10.4-5). Como pecado que traz vergonha, devemos considerar bem algumas de suas características identificadoras. Como aprendemos, devemos ter em mente uma alternativa óbvia à preguiça. E é necessário repetir este ponto aos garotos: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso!” (Pv 6.6-11).
1- Não continuidade: A preguiça não leva as coisas a cabo. Um garoto preguiçoso pode ter “surtos” de produção (ou trabalho), e pode até fazer algo durante um desses surtos. Mas ele não se mantém; não persevera na atividade. “O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente” (Pv 12.27). Algumas vezes, a falta de continuidade é extraordinária – algo muito simples poderia ser feito para trazer o projeto à execução, mas ele não faz. “O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de a levar à boca. Quando ferires ao escarnecedor, o simples aprenderá a prudência; repreende ao sábio, e crescerá em conhecimento” (Pv 19.24-25). A solução para a preguiça também é vista nesta passagem – ao preguiçoso deve ser permitido que ele coma aquilo que ele mesmo cozinha. Os pais não devem facilitar as coisas.
2- Desculpas: Isto é difícil de evitar porque a preguiça é cheia de desculpas. “Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas” (Pv 22.13). Algumas vezes as desculpas são irracionais – esse é o equivalente hebraico para “o cachorro comeu meu dever de casa”, ou “fui abduzido por alienígenas; em que ano estamos?”. Outras vezes as desculpas podem parecer mais razoáveis, mas os resultados permanecem os mesmos.
Para trabalhar bem, é necessário se preparar para trabalhar bem. Um garoto preguiçoso promete a si mesmo que irá trabalhar quando chegar a hora e o último minuto. Ele tem grandes planos (hipotéticos). Mas quando chega o momento de fazer o trabalho, ele descobre que algum trabalho preliminar é necessário. Então, agora ele tem uma nova desculpa, mas o tempo em que a desculpa foi criada não altera o resultado. “O preguiçoso não lavra por causa do inverno, pelo que, na sega, procura e nada encontra” (Pv. 20.4). Não importa quão razoável a desculpa possa parecer a seus próprios olhos, ele ainda não tem nada.

3- Tolice: A preguiça é cheia de suposta “sabedoria”. “Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria. Aos sábios a riqueza é coroa, mas a estultícia dos insensatos não passa de estultícia” (Pv 14.23-24). O preguiçoso usa sua conversa tola como uma coroa. Ele pode estar cheio de sabedoria proverbial a respeito do trabalho, mas sua sabedoria é como as pernas de um homem coxo (Pv 26.7).
“Diz o preguiçoso: um leão está no caminho; um leão está nas ruas. Como a porta se revolve em seus gonzos, assim, o preguiçoso, no seu leito. O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de levar à boca. Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que sabem responder bem” (Pv 26.13-16) Mesmo que seu estilo de vida seja ridículo, e sua tolice aparente a todos em volta, o preguiçoso acha que tem tudo sob controle. Ele tem mais sabedoria (a seus próprios olhos) do que sete homens sábios.
4- Irritação: Obviamente, a preguiça é irritante para os outros. Eis por que ela conduz a conflitos no lar. “Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam” (Pv 10.26). Isto não é de surpreender. Dois homens terão ideias bem diferentes do que significa ser diligente se um deles é preguiçoso.
5- Acomodação: A preguiça liquida o interesse. “A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso vem a padecer fome” (Pv 19.15). “O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta” (Pv 13.4). Preguiça não é descanso; não é preparação para o trabalho. É somente preparação para mais preguiça. A preguiça cresce, juntamente com o desejo frustrado.

Douglas Wilson é pastor da Christ Church em Moscow, Idaho (EUA). Um dos membros fundadores da Logos School, conselheiro sênior de teologia no New Saint Andrews College, Douglas serve como instrutor no Greyfriars Hall, um programa de treinamento ministerial da Christ Church. Ele ajudou a estabelecer a Communion of Reformed Evangelical Churches (CREC), é editor da revista Credenda/Agenda e autor de vários livros sobre educação clássica cristã, família, igreja e fé reformada. Após servir na Marinha dos EUA, completou o bacharelado em Estudos Clássicos e o mestrado em Filosofia pela Universidade de Idaho. Douglas e sua esposa, Nancy, têm três filhos e muitos netos.
Alguns Livros deste autor:
- Futuros Homens: Criando meninos para enfrentar gigantes
- Reformando o Casamento: A vida conjugal conforme o Evangelho
- Firme nas promessas
- Fidelidade Como ser marido de uma só mulher Família
- Sua Filha em Casamento: Cortejo bíblico no mundo moderno
- O marido federal: a liderança bíblica no lar
Você conhece alguém preguiçoso? Compartilhe agora!
LEIA TAMBÉM





Deixe um comentário